
“A obsessão com o corpo e beleza leva muitas pessoas às perturbações alimentares. A anorexia e bulimia afectam pessoas de todas as idades e devasta famílias inteiras. Histórias de Cinderelas, que se sentem gatas borralheiras” (1)
Sintomas: (2)
Excesso de comida (transtorno alimentar), a pessoa fica extremamente depressiva e também se acha gorda (parecido com ANOREXIA), provoca o vómito pensando que vai emagrecer.
Sinónimos:
Bulimia, transtornos alimentares.
O que é?
Esta doença é conhecida há séculos, mas só nos anos 80 começou a merecer o interesse do corpo clínico.
Na bulimia nervosa, as pessoas ingerem grandes quantidades de alimentos (episódios de comer compulsivo ou episódios bulímicos) e, depois, utilizam métodos compensatórios, tais como vómitos auto-induzidos, uso de laxantes e/ou diuréticos e prática de exercícios extenuantes como forma de evitar o ganho de peso pelo medo exagerado de engordar. Diferentemente da anorexia nervosa, na bulimia não há perda de peso, e assim médicos e familiares têm dificuldade de detectar o problema. A doença ocorre mais frequentemente em mulheres jovens, embora possa ocorrer mais raramente em homens e mulheres com mais idade.
O que se sente?
Ingestão compulsiva e exagerada de alimentos. Vómitos auto-induzidos, uso de laxantes e diuréticos para evitar ganho de peso. Alimentação excessiva, sem aumento proporcional do peso corporal. Depressão. Obsessão por exercícios físicos. Comer em segredo ou escondido dos outros.
Complicações médicas
Inflamação na garganta (inflamação do tecido que reveste o esófago pelos efeitos do vómito). Face inchada e dolorida (inflamação nas glândulas salivares). Cáries dentárias. Desidratação. Desequilíbrio electrolítico. Vómitos com sangue. Dores musculares e cãibras.
Causas
Assim como na anorexia, a bulimia nervosa é uma síndrome multideterminada por uma mescla de factores biológicos, psicológicos, familiares e culturais. A ênfase cultural na aparência física pode ter um papel importante. Problemas familiares, baixa auto-estima e conflitos de identidade também são factores envolvidos no desencadeamento desses quadros.
Como se desenvolve?
Muitas vezes, leva tempo para se perceber que alguém tem bulimia nervosa. A característica principal é o episódio de comer compulsivo, acompanhado por uma sensação de falta de controle sobre o ato e, às vezes, feito secretamente. Os comportamentos direccionados a controle de peso incluem jejum, vómitos auto-induzidos, uso de laxantes, edemas, diuréticos, e exercícios físicos extenuantes. O diagnóstico de bulimia nervosa requer episódios com uma frequência mínima de duas vezes por semana, por pelo menos três meses. A fobia de engordar é o sentimento motivador de todo o quadro. Esses episódios de comer compulsivo, seguidos de métodos compensatórios, podem permanecer escondidos da família por muito tempo.
A bulimia nervosa acomete adolescentes um pouco mais velhas, em torno dos 17 anos. Pessoas com bulimia têm vergonha de seus sintomas, portanto, evitam comer em público e evitam lugares como praias e piscinas onde precisam mostrar o corpo. À medida que a doença vai se desenvolvendo, essas pessoas só se interessam por assuntos relacionados à comida, peso e forma corporal.
Como se trata?
A abordagem multidisciplinar é a mais adequada no tratamento da bulimia nervosa e inclui psicoterapia individual ou em grupo, farmacoterapia e abordagem nutricional a nível ambulatório.
As técnicas cognitivo-comportamentais têm se mostrado eficazes.
As medicações anti depressivas também têm se mostrado eficazes no controle dos episódios bulímicos.
A abordagem nutricional visa estabelecer um hábito alimentar mais saudável, eliminando o ciclo "compulsão alimentar/purgação/jejum".
A orientação e/ou terapia familiar faz-se necessária uma vez que a família desempenha um papel muito importante na recuperação do paciente.
Como se previne?
Uma diminuição na ênfase da aparência física, tanto no aspecto cultural como familiar, pode eventualmente reduzir a incidência desses quadros. É importante fornecer informações a respeito dos riscos de regimes rigorosos para obtenção de uma silhueta "ideal", já que eles desempenham um papel fundamental no desencadeamento dos transtornos alimentares.
Testemunho real de uma jovem que já passou por esta terrível doença: (1)
Tem 20 anos e frequenta o 2º ano de Estudo Europeus, na Faculdade de Letras de Lisboa. Marta Brás foi sempre uma boa aluna. Até aqui, reúne as condições de uma jovem normal, mas Marta vive ainda com o fantasma da anorexia e bulimia, doenças que sofreu na pele e no corpo durante cerca de cinco anos.
Hoje, fala calma e serena, sobre o problema, que sabe poder voltar a qualquer instante.“Continuo a ter um cuidado excessivo, diria mesmo doentio, com a comida”, confessa ao Saúde Semanário.E acrescenta: “a grande diferença é que hoje tenho consciência e sei que tenho de lutar contra a doença”.
Marta Brás não sabe como se tornou doente. “Penso nisso várias vezes, mas não chego a nenhuma conclusão”, revela e sublinha “ter tido sempre um ambiente familiar impecável”. Lembra-se, contudo, de ter ido, ao 13 anos, a uma consulta de rotina, onde foi pesada e estava dentro dos padrões normais. Nesse dia, prometeu ao médico que na consulta seguinte estaria mais magra. Na escola fez um pacto com as amigas e entraram num concurso. “ A grande diferença é que elas prosseguiram a sua vida e eu não”, lamenta.
Pretendi ao falar sobre Anorexia e neste post sobre a Bulimia, consciencializar os espectadores sobre estas terriveis doenças... Vivem-se sobretudo no sexo feminino, mas começam também afectar muitos homens.
Recursos Internet:
(1) http://www.medicosdeportugal.iol.pt/action/2/cnt_id/1287/ – Relatos reais de ex. Anorécticas
(2) http://pt.wikipedia.org/wiki/Bulimia_nervosa – Bulimia